Diferente do comportamento agressivo adotado por alguns apoiadores de Bolsonaro em manifestações passadas, onde pediam a destituição de ministros do STF e intervenção das Forças Armadas, desta vez a atmosfera era de perseguição. A reportagem do GLOBO acompanhou uma dessas caravanas, que expressava esse novo comportamento do bolsonarismo.
Após os ataques golpistas ocorridos no 8 de janeiro de 2023 e com Bolsonaro sob investigação da Polícia Federal, há o receio entre os bolsonaristas de que incitações contra autoridades possam prejudicar a situação do ex-presidente. Por isso, as convocações para o evento enfatizaram a manifestação pacífica, sem espaço para ofensas, ataques ou agressões.
Durante a viagem até o evento na Avenida Paulista, os participantes demonstravam paranoia com possíveis infiltrados e alegavam que ambulantes poderiam contaminar alimentos e bebidas. Essa preocupação exagerada se refletia nos grupos, que compartilhavam publicações alarmantes nas redes sociais.
Os ônibus que transportavam os participantes para o ato pararam em postos rodoviários lotados de pessoas vestindo verde e amarelo e portando bandeiras do Brasil. A expectativa era alta para demonstrar o apoio popular a Bolsonaro, mesmo diante da ausência de discursos agressivos do ex-presidente.
A manifestação na Avenida Paulista parecia ser um termômetro do apoio que Bolsonaro ainda mantém e da forma como seus seguidores estão dispostos a se manifestar, mesmo diante das recentes investigações envolvendo o grupo político do ex-presidente. O clima de tensão e paranoia envolvendo o evento refletia a preocupação e o respaldo que o bolsonarismo ainda atrai em setores da sociedade brasileira.