FMI recomenda proteção aos mais pobres na Argentina durante reformas econômicas de Milei para zerar déficit fiscal.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou ao presidente da Argentina, Javier Milei, que proteja os setores sociais mais pobres do país enquanto avança com reformas econômicas ultraliberais e busca reduzir o déficit fiscal a zero. Em uma entrevista ao jornal La Nación, a vice-diretora do FMI, Gita Gopinath, enfatizou a importância de garantir que a assistência social continue sendo prestada e que os grupos mais pobres não sejam sobrecarregados com o ônus das medidas adotadas.

A Argentina possui um programa de crédito de 44 bilhões de dólares com o FMI, e Gopinath visitou o país para avaliar o progresso das medidas adotadas pelo governo de Milei. Durante sua estadia, a representante do Fundo se reuniu com o presidente e membros de seu governo, bem como com economistas, sindicalistas e representantes de organizações sociais que clamam por mais ajuda do estado.

Nos dois meses e meio de gestão, o governo de Milei enfrentou desafios significativos, como uma desvalorização de 50%, a liberalização de preços, desregulamentações e cortes drásticos para atingir o déficit fiscal zero. Essas medidas são vistas como necessárias para conter a inflação e reverter a pobreza que atinge mais de 50% da população.

Gopinath ressaltou a importância de manter o valor real das aposentadorias e da assistência social, além de garantir que acompanhem o ritmo da inflação. Ela destacou que a economia herdada pelo governo de Milei estava à beira de uma crise e que ações ousadas eram necessárias para afastar o país do precipício.

O FMI prevê uma redução da inflação para um dígito até meados deste ano, mas destaca que serão necessários esforços contínuos para manter esse nível até 2025. Além disso, a instituição enfatizou a importância de investir em capital humano, especialmente para reduzir a pobreza infantil e melhorar a educação.

Sobre os planos de dolarização da economia propostos por Milei, Gopinath ressaltou que a decisão sobre o regime monetário de um país é soberana. Em meio a essas discussões, o presidente argentino enfrenta o desafio de equilibrar as reformas econômicas com a proteção dos setores mais vulneráveis da sociedade.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo