Debatedores criticam recomendação de vacina contra covid-19 em crianças de até quatro anos no Programa Nacional de Imunização.

Em uma sessão temática no Plenário do Senado, realizada nesta segunda-feira (26), diversos debatedores expressaram críticas à recomendação da vacina contra a covid-19 em crianças de até quatro anos, que foi incluída no Programa Nacional de Imunização. Os participantes levantaram questionamentos sobre a eficácia das vacinas para o público infantil e defenderam a necessidade de mais estudos antes de decidir sobre a adoção desses imunizantes.

A imunização para crianças abaixo dos cinco anos, com a vacina da Pfizer, está presente no Calendário Nacional de Vacinação desde janeiro, com um esquema vacinal composto por três doses. No entanto, o senador Eduardo Girão foi um dos críticos dessa medida, defendendo que a imunização de crianças deveria ser opcional e não poderia ser um obstáculo para a matrícula escolar.

Durante a sessão, Girão criticou a ausência da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que havia sido convidada para participar do debate. O senador ressaltou a importância de uma discussão técnica sobre o tema e expressou sua indignação com a falta de presença da ministra. Além disso, ele destacou a preocupação com a segurança e eficácia das vacinas, a curto e longo prazo, especialmente para as crianças.

Outros participantes da sessão, como o cardiologista Peter McCullough e o infectologista Francisco Cardoso, também manifestaram suas críticas em relação à imunização de crianças contra a covid-19. McCullough argumentou que as vacinas não impedem a transmissão ou hospitalização, enquanto Cardoso questionou a base de estudos da Nota Técnica do Ministério da Saúde que tratou da incorporação das vacinas no Calendário Nacional de Vacinação Infantil.

O debate contou com a presença de profissionais de saúde de renome internacional, como o médico italiano Andrea Stramezzi, que destacou as dificuldades que a obrigatoriedade da vacinação pode trazer para crianças mais pobres no Brasil. O senador Luis Carlos Heinze também se posicionou contra a imunização obrigatória de crianças e lamentou a falta de representantes do Ministério da Saúde na sessão.

O Ministério da Saúde, por sua vez, reiterou a segurança das vacinas e afirmou que realiza um monitoramento constante da segurança dos imunizantes. A Anvisa autorizou o uso da vacina da Pfizer para crianças de seis meses a quatro anos em setembro de 2022, e dados do “vacinômetro” indicam que milhões de crianças dessa faixa etária já receberam a primeira dose, embora a aplicação das três doses completas ainda esteja em progresso.

Em um cenário internacional, alguns países como os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Irlanda e Grécia também iniciaram a vacinação de crianças a partir dos seis meses de idade. O debate no Senado evidenciou a diversidade de opiniões e a necessidade de uma discussão aprofundada sobre a vacinação de crianças contra a covid-19, levando em consideração aspectos de segurança, eficácia e inclusão social.

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