De acordo com os organizadores do protesto, aproximadamente 900 tratores e máquinas agrícolas bloquearam pontos estratégicos da capital belga, levando a um cenário de confronto entre manifestantes e policiais. Pneus foram queimados próximo às sedes das instituições europeias e a polícia respondeu com gás lacrimogênio.
Este movimento é o desfecho de semanas de protestos realizados por produtores agropecuários da UE, que se estendem da Espanha à Polônia. As queixas incluem a concorrência de países de fora do bloco, burocracia excessiva e imposições ambientais.
Em uma tentativa de aplacar os ânimos, os países do bloco conseguiram convencer a Comissão Europeia a sugerir uma simplificação nas regras da política agrícola. Marc Fesneau, ministro da Agricultura da França, destacou que as propostas da Comissão representam um “primeiro passo concreto na direção correta” e incentivou a continuidade do processo com medidas mais ambiciosas.
Alguns ministros, como o da Alemanha, compararam a PAC a um “monstro burocrático” e ressaltaram a importância de focar no trabalho nos campos, em detrimento da papelada. Outros, como o representante da Bélgica, avaliaram positivamente a possibilidade de uma revisão da PAC para garantir melhores condições de remuneração aos agricultores.
No entanto, as entidades que convocaram o protesto alegam que as medidas propostas não são suficientes. Exigem, por exemplo, o fim das negociações comerciais com o Mercosul e criticam as restrições nas importações agrícolas da Ucrânia. A burocracia excessiva também é um ponto de tensão, com produtores alegando que impossibilita a continuidade da produção.
Os debates sobre a revisão da PAC prosseguem, com a expectativa de medidas de curto prazo e eventualmente revisões legislativas mais complexas no futuro. Enquanto isso, o setor agrícola na UE permanece em alerta, buscando soluções para garantir sua sustentabilidade e competitividade no mercado global.