Economista da OMC avalia como “moderados” os impactos econômicos dos ataques a embarcações no Mar Vermelho

A crise no Mar Vermelho, desencadeada pelos ataques a embarcações, reflete um cenário global preocupante e foi o tema central debatido na 13ª conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Abu Dhabi. Segundo o economista-chefe da OMC, Ralph Ossa, os efeitos econômicos desses ataques são considerados “moderados” até o momento.

Os rebeldes huthis, que controlam áreas significativas do Iêmen, alegam que os ataques no Mar Vermelho são feitos em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, em resposta aos conflitos entre Israel e o Hamas. Essa situação tem gerado preocupações em relação ao transporte marítimo global, uma vez que 12% do comércio mundial passa pelo Canal de Suez e um terço das remessas de contêineres da China para a Europa são impactadas.

Em entrevista à AFP, Ralph Ossa ressaltou que, apesar do aumento das taxas de frete, a situação econômica mundial ainda não foi severamente afetada. Ele destacou que a Europa, que é altamente dependente do tráfego marítimo que passa pelo Canal de Suez, é uma das regiões mais vulneráveis a essa crise. Além disso, Ossa alertou para os riscos de um possível aumento nos preços da energia, especialmente do petróleo, caso a crise se agrave.

Em relação às projeções do comércio internacional, o economista-chefe da OMC indicou que as estimativas para 2023 são otimistas, mas podem ser impactadas negativamente pela crise no Mar Vermelho, principalmente devido ao desempenho abaixo do esperado da Europa. Por outro lado, o comércio de serviços apresenta um crescimento positivo, impulsionado pela demanda turística, sobretudo da China.

Diante desse cenário, a OMC mantém uma postura de constante monitoramento da situação global, buscando maneiras de mitigar os impactos econômicos causados pela crise no Mar Vermelho e outras questões relacionadas ao comércio internacional.

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