Adorni explicou que a proibição inclui o uso da vogal “e” e dos símbolos “x” e “@” para expressar a indeterminação de gênero, assim como a “inclusão desnecessária do feminino” nos sujeitos plurais. O objetivo da medida é unificar o uso da língua castelhana em toda a administração pública.
Essa decisão vem após o governo Milei já ter estendido a proibição da linguagem inclusiva ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas. A resolução publicada anteriormente estabelecia o uso obrigatório do idioma castelhano, de acordo com as normas da Real Academia Espanhola (RAE) e os regulamentos das Forças Armadas.
O libertário argentino tem sido crítico em relação ao que ele chama de “marxismo cultural” e “ideologia de gênero”, e em um discurso recente no Fórum Econômico de Davos, ele afirmou que o feminismo e o socialismo representam ameaças ao Ocidente.
A linguagem inclusiva surgiu na década de 1970 a partir dos movimentos feministas, buscando expressar apoio aos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+. No entanto, a decisão do governo Milei de proibir seu uso na administração pública reflete uma postura contrária a essa abordagem linguística.
A medida tem gerado debates e críticas entre especialistas em linguística e defensores dos direitos humanos. A Real Academia Espanhola, por exemplo, enfatiza que o machismo e a misoginia não são propriedades da língua, mas sim usos dela que refletem preconceitos culturais que devem ser combatidos por meio da educação.
Portanto, a decisão do governo Javier Milei de proibir a linguagem inclusiva na administração pública argentina continua a levantar discussões e polêmicas sobre o papel da linguagem na promoção da igualdade de gênero e dos direitos humanos.