ONU lança apelo de 674 milhões de dólares para ajudar haitianos afetados pela violência das gangues e crise alimentar

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um apelo nesta terça-feira (27) em busca de doações no valor de 674 milhões de dólares (cerca de R$ 3,3 bilhões) para auxiliar mais de 3,6 milhões de haitianos que foram afetados pela violência das gangues e por uma grave crise alimentar. Segundo a ONU, a violência perpetrada por gangues armadas contra a população do Haiti tem se espalhado por todo o país, atingindo inclusive áreas rurais isoladas.

De acordo com a ONU, os ataques têm sido direcionados a hospitais, escolas e locais de culto, o que tem gerado grande preocupação e desestabilizado ainda mais a situação no país. Além disso, a deterioração da segurança, juntamente com o colapso dos serviços básicos, anos de seca e desastres naturais, colocam 5,5 milhões de haitianos em uma situação de profunda vulnerabilidade em 2024, em uma população que ultrapassa os 10 milhões de habitantes.

O plano da ONU visa atender às necessidades de 3,6 milhões de pessoas, demandando um total de 673,8 milhões de dólares. A população haitiana enfrenta sérios problemas de insegurança alimentar, com 45% da população sofrendo desse mal. Cerca de 1,4 milhão enfrenta uma crise de nível 4, de acordo com a classificação IPC, e três milhões estão no nível 3, sendo que 250 mil crianças sofrem de desnutrição aguda.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou consternação em relação à violência das gangues no Haiti, que resultou em mais de 5.000 assassinatos em 2023, incluindo 2.700 de civis. Apesar da aprovação de uma missão multinacional liderada pelo Quênia para auxiliar as forças locais na ilha, seu envio está atualmente bloqueado por uma decisão judicial em Nairóbi.

Diante desse cenário alarmante e crítico no Haiti, a ajuda humanitária se torna imprescindível para amenizar o sofrimento da população haitiana e garantir condições mínimas de sobrevivência. A comunidade internacional precisa se mobilizar para apoiar o país e evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.

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