Uso de câmeras corporais por policiais no Rio de Janeiro contribui para redução de mortes em 45% no mês de janeiro.

No estado do Rio de Janeiro, as mortes por intervenção policial tiveram uma queda significativa de 45% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Essa redução está sendo atribuída ao início do uso de câmeras corporais por policiais militares e civis no estado.

Segundo o pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Robson Rodrigues, a implantação das câmeras operacionais portáteis nos uniformes dos policiais do Bope e da Core trouxe uma certa contenção de condutas, tanto dos agentes quanto das instituições policiais. Esta medida tem incentivado uma troca de operações mais letais por ações com maior qualidade, além de estimular as instituições a repensarem seus protocolos e se readequarem aos parâmetros legais.

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O coordenador de defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública, André Castro, ressaltou a importância de uma supervisão eficaz do programa de câmeras corporais para garantir os resultados esperados. Castro alertou que é essencial investir em um modelo de gestão e supervisão adequado para garantir que as imagens captadas estejam disponíveis quando necessário.

Além disso, os dados do ISP também apontaram uma redução de 15% no índice de letalidade violenta em janeiro em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este índice abrange homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte, roubos seguidos de morte e mortes por intervenção de agentes do Estado, representando o menor número de vítimas desde 1991.

O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do grupo de trabalho sobre Redução da Letalidade Policial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Daniel Hirata, apontou que as ações mais cirúrgicas e pontuais das forças policiais foram importantes para a diminuição das mortes violentas, considerando que o ano passado foi marcado por intensas disputas territoriais entre milicianos e traficantes de drogas.

Dessa forma, as medidas de uso de câmeras corporais pelos policiais e as ações mais precisas das forças de segurança parecem estar contribuindo para uma redução significativa da violência no estado do Rio de Janeiro. A expectativa é que a supervisão e aprimoramento contínuo dessas ações possam trazer resultados positivos para a segurança pública a longo prazo.

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