Amazônia Legal bate recorde com quase 3.000 incêndios em fevereiro, alerta Inpe

A Amazônia Legal está enfrentando uma situação preocupante, com quase 3.000 incêndios registrados somente no mês de fevereiro. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que as imagens de satélite detectaram 2.940 focos ativos de fogo, um aumento significativo em relação ao recorde anterior de 1.761 focos, que ocorreu em fevereiro de 2007.

Essa quantidade de incêndios é a pior já registrada para o segundo mês do ano desde que os registros começaram em 1999, quadruplicando os números do ano anterior, que teve 734 focos de incêndio em fevereiro. A situação mais crítica se concentra no estado de Roraima, que abriga a reserva indígena yanomami e apresenta o maior número de incêndios, com 2.001 focos ativos.

A diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia), Ane Alencar, destacou a influência dos fatores climáticos nesse aumento alarmante de incêndios. Ela ressaltou que o estado do clima tem desempenhado um papel fundamental nessa anomalia de fogo na região norte da Amazônia, especialmente em Roraima.

Alencar também apontou para a relação entre as altas temperaturas recordes e os fenômenos climáticos, como as secas, que têm contribuído para a propagação dos incêndios florestais. A Amazônia enfrentou uma seca devastadora entre junho e novembro do ano passado, o que resultou em enormes incêndios que afetaram não apenas a fauna, mas também milhões de pessoas que dependem da região.

Segundo a especialista, esse “estresse” ambiental cria as condições ideais para que os incêndios se alastrem, tornando o combate muito mais complexo devido às condições geográficas da região. Além disso, ela apontou que os incêndios provavelmente foram iniciados por práticas agrícolas inadequadas, o que só agrava a situação.

Diante desse cenário preocupante, o governo brasileiro, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca combater o desmatamento e as queimadas, responsabilizando os “criminosos” que realizam as queimadas para limpar o solo e prepará-lo para atividades agropecuárias. A Amazônia precisa de ações urgentes para preservar sua biodiversidade e evitar danos irreparáveis ao ecossistema.

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