Essa quantidade de incêndios é a pior já registrada para o segundo mês do ano desde que os registros começaram em 1999, quadruplicando os números do ano anterior, que teve 734 focos de incêndio em fevereiro. A situação mais crítica se concentra no estado de Roraima, que abriga a reserva indígena yanomami e apresenta o maior número de incêndios, com 2.001 focos ativos.
A diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia), Ane Alencar, destacou a influência dos fatores climáticos nesse aumento alarmante de incêndios. Ela ressaltou que o estado do clima tem desempenhado um papel fundamental nessa anomalia de fogo na região norte da Amazônia, especialmente em Roraima.
Alencar também apontou para a relação entre as altas temperaturas recordes e os fenômenos climáticos, como as secas, que têm contribuído para a propagação dos incêndios florestais. A Amazônia enfrentou uma seca devastadora entre junho e novembro do ano passado, o que resultou em enormes incêndios que afetaram não apenas a fauna, mas também milhões de pessoas que dependem da região.
Segundo a especialista, esse “estresse” ambiental cria as condições ideais para que os incêndios se alastrem, tornando o combate muito mais complexo devido às condições geográficas da região. Além disso, ela apontou que os incêndios provavelmente foram iniciados por práticas agrícolas inadequadas, o que só agrava a situação.
Diante desse cenário preocupante, o governo brasileiro, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca combater o desmatamento e as queimadas, responsabilizando os “criminosos” que realizam as queimadas para limpar o solo e prepará-lo para atividades agropecuárias. A Amazônia precisa de ações urgentes para preservar sua biodiversidade e evitar danos irreparáveis ao ecossistema.