Os resultados obtidos foram impactantes: a incidência de aids foi significativamente menor entre os beneficiários do Bolsa Família em comparação com aqueles que não recebiam o benefício. Para cada 100 mil pessoas, cerca de 30 casos foram registrados entre os não beneficiários, enquanto apenas 25 casos foram diagnosticados entre os beneficiários do programa. Além disso, a taxa de mortalidade relacionada à aids também foi inferior entre os beneficiários, com aproximadamente 10 óbitos por 100 mil pessoas entre os não beneficiários e cerca de nove óbitos por 100 mil pessoas entre os beneficiários.
De acordo com a pesquisadora Andréa Silva, uma das autoras do estudo, a abrangência e o tamanho da amostra utilizada na pesquisa forneceram uma visão mais aprofundada e robusta dos efeitos positivos de um programa de transferência condicionada de renda. Os resultados indicam que a probabilidade de uma pessoa que participa do Bolsa Família desenvolver aids é 41% menor do que aqueles que não estão no programa, enquanto a probabilidade de morte devido à aids é 39% menor para os beneficiários.
Essas descobertas destacam como políticas públicas como o Bolsa Família desempenham um papel crucial na promoção da saúde e no combate às desigualdades sociais. Ao incentivar as famílias a buscar serviços de saúde, receber orientações preventivas e ter acesso a tratamentos adequados, esses programas podem fazer a diferença na vida de milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade. A pesquisa da UFBA e da Fiocruz Bahia reforça a importância de investimentos em programas sociais para a melhoria das condições de vida e saúde das populações mais necessitadas.