Taxa global de obesidade ultrapassa 1 bilhão, com aumento preocupante entre crianças e adolescentes, revela estudo da OMS.

A mais recente estimativa global sobre a taxa de obesidade revela um cenário alarmante, com a população de obesos ultrapassando a marca de 1 bilhão em todo o mundo. Esse aumento foi impulsionado principalmente por um crescimento na prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes, que quadruplicou em pouco mais de três décadas.

Os dados desse estudo foram divulgados por um consórcio internacional de pesquisadores chamado NCD-RisC, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas estatísticas são referentes ao ano de 2022, o último ano com dados coletados e compilados até o momento.

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No ano de 2022, 879 milhões de adultos foram considerados obesos, juntamente com 159 milhões de crianças e adolescentes (de 5 a 19 anos) dentro dessa mesma categoria. Esses resultados foram detalhados em um artigo publicado hoje na renomada revista médica Lancet, assinado por mais de 1.500 pesquisadores.

Apesar de crianças e adolescentes representarem uma parcela minoritária da população obesa, a taxa de obesidade entre eles quadruplicou entre 1990 e 2022. Em meninas, a taxa subiu de 1,7% para 6,9%, enquanto em meninos aumentou de 2,1% para 9,3%.

No caso dos adultos, a taxa de obesidade dobrou entre as mulheres (de 8,8% para 18,5%) e quase triplicou entre os homens (de 4,8% para 14,0%). No Brasil, a obesidade está acima da média global em todas as subpopulações, com taxas de 33% para mulheres, 25% para homens, 14% para meninas e 17% para meninos.

Os cientistas reconhecem que o índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m², adotado como critério para a obesidade nesse estudo, é limitado para avaliar a saúde individual, mas eficaz para avaliar a prevalência geral de saúde nutricional em contextos populacionais. Além disso, o estudo também analisou a população de pessoas com subpeso por desnutrição, que vem diminuindo ao longo do tempo.

Essa tendência oposta entre as taxas de obesidade e magreza insalubre levou o planeta a um ponto de inflexão, com mais países apresentando sobrepeso como um problema maior do que o subpeso. O Chile e alguns países europeus são exemplos dessa transição.

Os cientistas alertam que os esforços para prevenir a obesidade têm focado muito nos comportamentos individuais, com poucos impactos na prevalência da obesidade, especialmente em populações de baixa renda. A ligação entre obesidade e pobreza representa um desafio adicional, especialmente no atual contexto global afetado por mudanças climáticas, pandemia de Covid-19 e conflitos.

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, destaca a importância da ação conjunta dos governos, comunidades e setor privado para enfrentar esse problema de saúde pública. Ele ressalta que a obesidade não é um problema isolado, mas sim um fator de risco para diversas doenças metabólicas e cardiovasculares. Para alcançar as metas globais de redução da obesidade, é fundamental adotar políticas baseadas em evidências e promover a cooperação entre os diferentes atores envolvidos.

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