Brasil lança programa inédito para combater doenças tropicais negligenciadas que acometem 14% da população anualmente

No Brasil, 14% da população, o equivalente a 28,9 milhões de pessoas, são constantemente expostos a doenças tropicais que assolam o país todos os anos. Essas enfermidades são muitas vezes invisíveis aos olhos da maioria, mas causam danos significativos à saúde pública.

A negligência com essas doenças é alarmante, uma vez que elas estão diretamente ligadas à falta de estrutura adequada nas moradias, saneamento básico precário e ausência de acesso à água potável. Doenças como a hanseníase, tracoma, esquistossomose e filariose linfática são comuns em regiões tropicais e afetam milhões de brasileiros, principalmente aqueles que vivem em condições precárias.

De acordo com o Censo de 2022, cerca de 24% da população brasileira, ou seja, 49 milhões de pessoas, ainda vivem em residências sem um adequado descarte de esgoto. Além disso, milhões de brasileiros não têm acesso a coleta de lixo, abastecimento de água adequado e banheiros sanitários.

Nos últimos anos, o número de casos de doenças tropicais no Brasil duplicou, mostrando a urgência de se investir em prevenção, detecção e tratamento adequado para essas enfermidades. O infectologista Julio Croda ressalta que a falta de investimento em populações marginalizadas contribui significativamente para a propagação dessas doenças.

A Organização Mundial da Saúde estima que as doenças tropicais afetam 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo e resultam em aproximadamente 200 mil mortes anualmente. Diante desse cenário, o Brasil lançou o programa Brasil Saudável, coordenado pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de combater 14 doenças que acometem principalmente grupos vulneráveis socialmente.

Essas ações visam reduzir ou eliminar doenças como tuberculose, HIV, hanseníase, sífilis, malária, entre outras, que ainda impactam milhões de brasileiros. Metas ambiciosas foram estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde para reduzir significativamente os casos e mortes por essas doenças nos próximos anos.

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