Mãe de Marielle Franco convoca para março de justiça e aquilombamento em luta antirracista e por territórios quilombolas

No último dia 1º, a advogada Marinete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, assassinada há quase seis anos, participou de um encontro de representantes de comunidades quilombolas promovido pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Diante de uma plateia composta por centenas de ativistas de várias gerações, Marinete convocou as pessoas a se unirem em uma série de atividades ao longo do mês de março para homenagear a memória de Marielle e Anderson e pedir por justiça.

A resistência das comunidades quilombolas tornou-se parte fundamental das ações antirracistas que Marielle defendia em sua trajetória política. De acordo com o Censo 2022, o Brasil possui cerca de 1,33 milhão de quilombolas, sendo que 87% vivem fora de territórios oficialmente reconhecidos.

Para Marinete, o processo de aquilombamento, que consiste em unir e agregar pessoas em prol de um objetivo comum, tem sido essencial para enfrentar as adversidades vivenciadas pela população negra. Ela destacou a importância das mulheres negras se unirem e se reinventarem diante do racismo estrutural e da falta de incentivo que permeiam a realidade das comunidades quilombolas.

Março se torna um mês emblemático para relembrar e reivindicar justiça no caso de Marielle e Anderson. Diversas ações estão sendo organizadas pelo Instituto Marielle, como uma missa e um festival artístico na Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro, marcando os seis anos do crime. Além disso, a região do Buraco do Lume, palco de discursos políticos de Marielle, receberá homenagens.

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes ainda permanece sem respostas concretas. As investigações apontam Ronnie Lessa, ex-policial militar, como autor dos disparos, com a participação de Élcio Queiroz e Maxwell Simões Correia, ligados a milícias. Desde 2023, a Polícia Federal assumiu o caso, buscando esclarecer a verdade por trás desse crime chocante.

Assim, a luta por justiça e o apoio às comunidades quilombolas tornam-se elementos essenciais na busca por um país mais justo e igualitário para todos os cidadãos brasileiros. O aquilombamento se mostra como uma estratégia poderosa de resistência e união diante das injustiças sociais e raciais que ainda permeiam nossa sociedade.

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