Mobilização em Israel contra ultraortodoxos que se recusam a alistar filhos no Exército desafia liderança de Netanyahu.

A situação em Gaza tem gerado uma grande mobilização em Israel, com destaque para a crescente indignação em relação aos judeus ultraortodoxos, que se recusam a alistar seus filhos no Exército, sob a justificativa de preservar sua “pureza” religiosa, mesmo diante do apoio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Essa questão tem sido o cerne de várias manifestações que abalaram a frágil coalizão liderada por Netanyahu nos últimos dias, clamando por medidas em prol da equidade social no país. Na segunda-feira, cerca de mil pessoas, empunhando bandeiras israelenses, se reuniram para exigir que o governo obrigue os haredim, também conhecidos como “temerosos de Deus”, a cumprir o serviço militar.

Um morador do assentamento na Cisjordânia ocupada, Oren Shvill, de 52 anos, destacou a importância da contribuição de toda a sociedade para a luta em andamento. Enquanto isso, grupos ultraortodoxos presentes no local reafirmavam sua oposição ao alistamento militar, expressando preferência pela morte a entrarem no exército.

Essa polêmica envolvendo os haredim, que historicamente foram isentos do serviço militar para se dedicarem ao estudo do Talmud, tem gerado descontentamento na população, que vê a atuação desse grupo como inadequada diante do contexto de guerra que assola a região.

Diante da pressão pública, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, manifestou a necessidade de reformas no serviço militar para incluir os haredim, contando com o apoio de todo o governo. Por sua vez, Netanyahu demonstrou intenção de chegar a um acordo para integrá-los ao exército sem desestabilizar a coalizão governante.

Enquanto o debate sobre a obrigatoriedade do serviço militar para os haredim continua, a comunidade ultraortodoxa se mantém resistente, argumentando que o alistamento é incompatível com seus valores religiosos. A integração desses grupos ao exército, além de provocar tensões internas, também gera questionamentos sobre a capacidade de adaptação desses jovens ao ambiente militar, uma vez que sua formação se baseia principalmente em estudos religiosos.

Em síntese, a controvérsia em torno do alistamento militar dos ultraortodoxos em Israel representa um desafio político e social complexo, que coloca em xeque a capacidade do país de promover a equidade e a participação de todos os cidadãos em um contexto de conflitos e tensões. A busca por um consenso nesse tema delicado se torna essencial para garantir a estabilidade e a coesão social em meio aos desafios enfrentados por Israel.

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