Brasil se destaca em igualdade legal de gênero, mas perde para países latinos, mostra estudo do Banco Mundial

Brasil fica atrás de países latino-americanos em igualdade de gênero

Um estudo do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira (4) revelou que o Brasil está melhor posicionado que a média global em termos de igualdade de gênero, mas ainda atrás de países latino-americanos como México, Uruguai, Bolívia, Peru e Paraguai. O índice Mulheres, Empresas e a Lei (WBL), conduzido pelo Banco Mundial, avalia a igualdade legal de gênero em 190 economias ao redor do mundo.

A média global do índice avançou para 77,9 em 100 em sua última edição, em comparação com os 77,1 de 2022. Houve um aumento anual de 0,8 pontos, o maior desde o início da pandemia da Covid-19. O Brasil manteve seu resultado em 85,0 no índice WBL de 2024, ao lado de países como Venezuela e Ucrânia, mas perdendo para outros como Nicarágua, República Dominicana e África do Sul.

A pesquisa destacou que apenas 14 economias no mundo concedem direitos legais iguais às mulheres e aos homens em todas as áreas avaliadas, incluindo Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Islândia, Irlanda, Letônia, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha e Suécia. No entanto, o Banco Mundial alertou que a disparidade enfrentada pelas mulheres no mercado de trabalho é maior do que se imaginava.

A inclusão de novos indicadores no índice, como segurança contra a violência e acesso a serviços para crianças, revelou que as mulheres têm acesso a apenas 64% das proteções legais disponíveis para os homens, menor do que os 77% estimados anteriormente. O economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, ressaltou a importância de fechar essa lacuna para impulsionar a economia global.

Na prática, o estudo revelou que a lacuna entre reformas legais e resultados reais para as mulheres é maior do que se pensava. Enquanto as leis indicam que as mulheres têm acesso a dois terços dos direitos dos homens, os países implementaram menos de 40% dos sistemas necessários para a plena implementação. A América Latina e o Caribe obtiveram uma média de 69,1 no índice, com países como Peru, Brasil e Uruguai liderando a lista na região. No entanto, ainda há desafios a serem superados, especialmente na área de empreendedorismo.

Portanto, apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios para alcançar a igualdade de gênero em todas as áreas avaliadas pelo Banco Mundial, tanto em comparação com a média global quanto com países latino-americanos.

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