Merong era uma das lideranças à frente da Retomada Kamakã Mongóio, no Vale do Córrego de Areias, município de Brumadinho. Segundo informações de um membro da equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que atua no estado, o cacique demonstrou determinação em ampliar as lutas em prol de seu povo e de outras comunidades indígenas durante uma conversa recente, no dia 25 de fevereiro.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou a tragédia e enfatizou o papel de Merong na defesa não apenas de seu próprio povo Pataxó hã-hã-hãe, mas também de outras etnias indígenas, como os kaingang, xokleng e guarani. O cacique, nascido em Contagem (MG) e criado na Bahia, era conhecido por seu engajamento nas lutas em defesa dos territórios indígenas.
O território dos Pataxó hã-hã-hãe é marcado por uma série de conflitos e invasões por parte de fazendeiros e posseiros, levando a episódios de violência e assassinatos, como no caso do jovem cacique Lucas Kariri-Sapuyá, morto em dezembro do ano passado. A morte de Merong Kamakã Mongoió se insere em um contexto de constantes violações dos direitos dos povos indígenas e evidencia a urgência de medidas efetivas de proteção e garantia de segurança para essas comunidades vulneráveis.
A morte do cacique Merong Kamakã Mongoió representa não apenas a perda de uma liderança importante para seu povo, mas também um alerta sobre a gravidade das ameaças enfrentadas pelas comunidades indígenas no Brasil. A Funai, os órgãos competentes e a sociedade civil precisam agir de forma urgente para garantir a proteção e a segurança dessas populações que lutam pela preservação de seus territórios e culturas ancestrais.
