Chefe da UNRWA defende trabalho da agência em meio a acusações de Israel de funcionários envolvidos em ataque do Hamas.

O chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, Philippe Lazzarini, enfrentará uma batalha nesta segunda-feira diante da Assembleia Geral para defender o trabalho da sua organização. A UNRWA tem sido alvo de acusações por parte de Israel, que alega que funcionários da agência estiveram envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro, desencadeando a guerra em Gaza.

Lazzarini já havia alertado sobre a situação crítica da UNRWA em fevereiro, quando enviou uma carta ao presidente da Assembleia Geral. Ele destacou que a agência havia atingido um “ponto de ruptura” devido aos apelos de Israel pelo seu desmantelamento e à suspensão do financiamento por parte de doadores internacionais.

Segundo Lazzarini, a capacidade da UNRWA de cumprir o seu mandato está seriamente ameaçada, e ele fez um apelo aos Estados-membros para fornecerem o apoio político necessário para sustentar a agência.

A controvérsia em torno da UNRWA se intensificou após as acusações de Israel contra 12 funcionários da agência no ataque do Hamas em outubro. O saldo de mortes foi alto, com civis sendo as maiores vítimas. A UNRWA, que desempenha um papel crucial na assistência humanitária e na gestão de escolas e hospitais, tem sido alvo de cortes de financiamento por parte de doadores importantes, incluindo os Estados Unidos.

Diante dessa situação, a ONU tomou medidas, demitindo os funcionários indicados por Israel e lançando uma investigação interna. Um painel independente também foi criado para analisar a atuação da agência de forma imparcial no conflito.

Apesar das dificuldades enfrentadas, a Comissão Europeia anunciou recentemente o desbloqueio de fundos para a UNRWA, reconhecendo a importância do papel desempenhado pela agência na região. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou a necessidade de manter o apoio à UNRWA, enfatizando que nenhuma outra agência tem a capacidade de substituí-la.

Organizações humanitárias alertam para as consequências desastrosas de um possível colapso na resposta humanitária em Gaza, onde os recursos básicos de sobrevivência, como água e alimentos, já são escassos. A situação permanece delicada, com a UNRWA lutando para manter suas operações em meio a pressões e cortes de financiamento.

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