Lazzarini já havia alertado sobre a situação crítica da UNRWA em fevereiro, quando enviou uma carta ao presidente da Assembleia Geral. Ele destacou que a agência havia atingido um “ponto de ruptura” devido aos apelos de Israel pelo seu desmantelamento e à suspensão do financiamento por parte de doadores internacionais.
Segundo Lazzarini, a capacidade da UNRWA de cumprir o seu mandato está seriamente ameaçada, e ele fez um apelo aos Estados-membros para fornecerem o apoio político necessário para sustentar a agência.
A controvérsia em torno da UNRWA se intensificou após as acusações de Israel contra 12 funcionários da agência no ataque do Hamas em outubro. O saldo de mortes foi alto, com civis sendo as maiores vítimas. A UNRWA, que desempenha um papel crucial na assistência humanitária e na gestão de escolas e hospitais, tem sido alvo de cortes de financiamento por parte de doadores importantes, incluindo os Estados Unidos.
Diante dessa situação, a ONU tomou medidas, demitindo os funcionários indicados por Israel e lançando uma investigação interna. Um painel independente também foi criado para analisar a atuação da agência de forma imparcial no conflito.
Apesar das dificuldades enfrentadas, a Comissão Europeia anunciou recentemente o desbloqueio de fundos para a UNRWA, reconhecendo a importância do papel desempenhado pela agência na região. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou a necessidade de manter o apoio à UNRWA, enfatizando que nenhuma outra agência tem a capacidade de substituí-la.
Organizações humanitárias alertam para as consequências desastrosas de um possível colapso na resposta humanitária em Gaza, onde os recursos básicos de sobrevivência, como água e alimentos, já são escassos. A situação permanece delicada, com a UNRWA lutando para manter suas operações em meio a pressões e cortes de financiamento.