Governo de Israel é acusado de torturar e maltratar funcionários da agência da ONU em busca de confissões sobre laços com Hamas.

A tensão entre Israel e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) atingiu um novo patamar nesta segunda-feira, quando a agência acusou o governo israelense de torturar e maltratar funcionários em busca de confissões sobre supostos laços com o grupo terrorista Hamas.

Segundo relatos da porta-voz da UNRWA, Juliette Touma, alguns funcionários da agência foram coagidos a fazer confissões sob tortura e maus tratos. Essas falsas confissões teriam sido obtidas em resposta a questões sobre as relações entre a UNRWA e o Hamas, assim como um suposto envolvimento no ataque de 7 de outubro do ano passado contra Israel.

As denúncias surgiram em meio a alegações por parte de Israel de que integrantes da agência estariam envolvidos nos referidos ataques. Autoridades israelenses apontaram a participação de pelo menos 12 funcionários da UNRWA nos incidentes do dia 7 de outubro, e acusaram outros 190 de serem militantes de organizações consideradas terroristas.

A ONU prontamente iniciou uma investigação e demitiu 10 dos 12 funcionários citados, sendo que os outros dois já estariam mortos. A agência, que contava com 13 mil funcionários antes do conflito, enfrentou duras acusações vindas de Israel, que visariam a desestabilização da UNRWA.

Os relatos de tortura e maus tratos foram corroborados por um relatório, ainda não publicado, que detalha os abusos cometidos pelas forças israelenses em Gaza. A UNRWA recebeu informações de ex-detidos relatando maus tratos em todas as fases de detenção, incluindo agressões físicas, abusos sexuais e a ausência de assistência legal por mais de um mês.

Em resposta, o Exército israelense declarou que os maus tratos não fazem parte de seus valores e que as ações de seus soldados estavam em conformidade com as leis internacionais. As autoridades militares rejeitaram as alegações de privação de sono e abusos sexuais, chamando a denúncia de tentativa cínica de criar uma falsa equivalência com as táticas do Hamas.

O caso continua sendo acompanhado de perto pela comunidade internacional, que espera por esclarecimentos e medidas concretas para garantir a segurança e integridade dos funcionários da UNRWA envolvidos. Enquanto isso, a tensão entre Israel e a agência das Nações Unidas permanece em um momento delicado, com desdobramentos que podem impactar as relações entre as partes envolvidas.

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