Diante dessa situação, diversas organizações que representam os jornalistas argentinos estão organizando um protesto em frente à sede da Télam, em Buenos Aires, marcado para esta segunda-feira. Segundo Carla Gaudensi, secretária-geral da Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa, o fechamento da agência representa um ataque à liberdade de expressão e é um ato sem precedentes na democracia do país, já que a Télam possui 78 anos de existência e presta serviços importantes em todas as regiões argentinas.
O presidente Milei justificou a decisão de fechar a Télam alegando que a agência tem sido usada como meio de propaganda kirchnerista, em referência ao movimento político liderado pelos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner. Essa medida faz parte de um plano mais amplo de intervenção nos meios de comunicação públicos argentinos, que teve início em fevereiro, quando Milei nomeou gestores diretamente ligados ao governo para dirigir todos os meios públicos do país.
A incerteza paira sobre a possibilidade legal do governo fechar a Télam sem autorização do Legislativo, de acordo com o professor Guillermo Mastrini. A agência Télam, criada há 78 anos, tem uma estrutura sólida, com mais de 700 funcionários e correspondentes em todas as províncias argentinas. Ao longo de sua história, a Télam enfrentou diversas ameaças de fechamento, mas sempre resistiu e se manteve como um importante veículo de comunicação no país.