Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a gravação vazada revela discussões dentro do Bundeswehr sobre planos para executar bombardeios em território russo, reforçando a participação do Ocidente no conflito ucraniano. Na conversa, discute-se o uso de mísseis Taurus, de fabricação alemã, pelo Exército ucraniano, o que tem gerado polêmica e críticas aos militares alemães.
A chefe do canal estatal russo RT divulgou uma gravação de áudio que seria um trecho da conversa entre autoridades alemãs sobre um possível bombardeio na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. A conversa também abordou a possibilidade de uso dos mísseis Taurus, com um alcance de até 500 quilômetros, pela Ucrânia.
A Alemanha negou a convocação do embaixador, alegando que a reunião no Ministério das Relações Exteriores russo já estava planejada. O ministro da Defesa alemão acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de tentar semear a desunião com o vazamento, declarando que não cairiam na armadilha russa.
O chanceler e chefe do governo alemão prometeu uma investigação completa sobre o caso, reafirmando a recusa em fornecer os mísseis Taurus para a Ucrânia. O receio de uma escalada do conflito com a Rússia, possuidora de armas nucleares, tem sido o principal argumento da Alemanha para evitar a entrega dos mísseis.
Com a França e o Reino Unido já fornecendo mísseis à Ucrânia, o vazamento da conversa entre militares alemães tem colocado o governo de Berlim em uma situação delicada com seus aliados. Enquanto isso, a guerra de informações entre Rússia e Ocidente continua em um cenário de crescente tensão diplomática.
