Ex-presidente de Honduras, acusado de tráfico de drogas, presta depoimento em Nova York em julgamento de grande expectativa.

O ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, compareceu nesta terça-feira (5) a um tribunal em Nova York, onde está sendo julgado por conspirar para traficar drogas e armas, crimes que podem resultar em prisão perpétua se ele for considerado culpado.

Diante da corte, Hernández, de 55 anos, demonstrou confiança e tranquilidade, refutando as acusações feitas por várias testemunhas da promotoria durante as duas primeiras semanas do julgamento, que estão gerando grande expectativa em Honduras e em outros países da região.

Entre os que o incriminaram estão proeminentes traficantes como Devis Leonel Rivera, um dos líderes do cartel Los Cachiros, e o ex-prefeito do município de El Paraíso, Alexander Ardón, membro do próprio partido político de Hernández.

Além disso, três generais do Exército prestaram depoimento como testemunhas de defesa, sendo que dois deles enfrentam possíveis problemas com a justiça militar em Honduras por terem supostamente saído do país sem autorização.

A equipe de defesa do ex-presidente, liderada pelo advogado Raymond Colon, baseia-se nas leis e medidas adotadas durante os dois mandatos de Hernández para combater o narcotráfico e o crime organizado no país. Eles ressaltaram que as primeiras extradições de acusados de tráfico de drogas ocorreram durante o governo de Hernández.

Após a defesa concluir o interrogatório, seguirá a etapa em que a promotoria apresentará seus argumentos, possivelmente ainda nesta terça-feira. Não é obrigatório que o acusado testemunhe em um processo criminal, e o juiz lembrou que a não realização do depoimento não implica em assumir a culpa.

Está previsto que na quarta-feira a promotoria e a defesa realizem seus argumentos finais antes de o júri iniciar as deliberações, que devem ser unânimes. A decisão final será aguardada com grande atenção, pois terá repercussões importantes em Honduras e na região.

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