Mãe de jovem morto por PM questiona se justiça seria rápida se fosse branca: “Esperando 10 anos por julgamento”

Em meio a um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Ana Paula Oliveira, mãe de Johnatha de Oliveira Lima, questiona se, caso fosse uma mãe branca e seu filho um jovem branco de classe alta, teria que esperar 10 anos por justiça. Em maio de 2014, Johnatha, de 19 anos, foi morto por um tiro disparado pelo policial militar Alessandro Marcelino de Souza, na favela de Manguinhos, onde residia.

O julgamento do PM teve início recentemente, e a família, juntamente com movimentos de defesa dos direitos humanos, organizaram uma manifestação para reivindicar justiça. Ana Paula demonstra sua angústia diante da espera pela condenação do responsável pela morte de seu filho, um processo que recentemente precisou ser adiado para março, prolongando ainda mais a dor e a busca por justiça.

A mãe, junto a outras famílias que perderam entes queridos para a violência do Estado, ressalta a importância da solidariedade e do apoio mútuo para pressionar por respostas e garantir que casos como o de Johnatha não se repitam. A Anistia Internacional Brasil e o Instituto Marielle Franco estão entre as organizações que apoiam o grupo Mães de Manguinhos, lutando por justiça e pelo fim da violência policial.

O crime que tirou a vida de Johnatha teve repercussão nacional, com a morte do jovem gerando comoção e exigindo que a justiça seja feita. A espera por um julgamento justo e a incerteza sobre a punição do policial causam grande sofrimento às famílias que buscam por respostas e por um desfecho adequado para o caso.

A luta de Ana Paula e de tantas outras mães e familiares de vítimas da violência estatal não é apenas por justiça para seus entes queridos, mas também por uma transformação na maneira como a sociedade lida com a segurança pública e a proteção dos direitos humanos. Este é um grito por dignidade, respeito e igualdade perante a lei, independente da cor da pele ou do local de moradia. E a espera por justiça para Johnatha continua, em meio a um sistema que muitas vezes parece falhar em proteger aqueles que mais precisam de amparo.

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