O Movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai, que tem como objetivo preservar a história da população negra na região, informou que solicitou medidas para minimizar os danos ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Além do alagamento, o rompimento de um duto causou uma grande erosão na região, danificando parte da calçada e arrastando dois carros na Rua Paim, próxima ao canteiro do sítio arqueológico.
Já em fevereiro do ano passado, o Iphan recomendou a paralisação dos trabalhos arqueológicos devido ao período chuvoso. Posteriormente, o Iphan impôs uma série de exigências à Linha Uni, a empresa responsável pelas obras do metrô, que precisou apresentar documentos e laudos referentes às medidas de segurança no canteiro. Somente em julho os trabalhos de resgate de peças foram autorizados a ser retomados.
Entre julho e setembro do ano passado, foram retirados do local mais de 7 mil itens diversos, incluindo cerâmica, louça, couro, vidro, dentes de animais e vestígios de tecido. Algumas peças chamaram a atenção dos arqueólogos, como um cachimbo cerâmico com detalhes em alto-relevo que, segundo eles, pertencia às populações afro-brasileiras em períodos históricos.
O sítio arqueológico foi descoberto em abril de 2022, após o início das obras da Estação Saracura/14 Bis, o que resultou no deslocamento da Escola de Samba Vai-Vai, fundada por descendentes do Quilombo Saracura. A conces… (continua)