Justiça decide: Assassinato de Johnatha de Oliveira Lima em Manguinhos é tipificado como homicídio culposo após julgamento no Rio

Após uma espera de dez anos e dois dias de julgamento, o 3º Tribunal do Júri da Capital, no Rio de Janeiro, chegou a uma decisão no caso do assassinato de Johnatha de Oliveira Lima em 2014, na favela de Manguinhos. O tribunal decidiu que o crime deve ser tipificado como homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar, em contraste com a acusação que pedia a classificação de homicídio doloso, com intenção de matar, para o policial militar Alessandro Marcelino de Souza.

Com essa decisão, o caso agora será transferido para julgamento no Tribunal Militar, onde o processo será reiniciado e a pena será determinada pelos juízes militares. Ainda cabe recurso por parte do Ministério Público em relação à decisão tomada.

Johnatha, que tinha 19 anos na época, foi vítima de um tiro disparado por Alessandro Marcelino durante um tumulto entre policiais e moradores de Manguinhos. O jovem foi atingido nas costas e veio a falecer na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Sua família buscou justiça desde então, pressionando pelas investigações e pelo desfecho do caso.

A mãe de Johnatha, Ana Paula Oliveira, fundou o grupo Mães de Manguinhos ao lado de Fátima Pinho, outra mãe que perdeu um filho de forma violenta. O grupo passou a acolher outras vítimas e a exigir respostas das autoridades diante de crimes cometidos por agentes do Estado. Em entrevista recente, Ana Paula expressou sua esperança de que a condenação do policial sirva de exemplo para outras mães que passaram por situações semelhantes.

O julgamento contou com nove testemunhas, incluindo moradores que presenciaram o crime e a perita da Polícia Civil responsável pela análise das armas recolhidas no local. A decisão do Tribunal do Júri foi baseada nos depoimentos e evidências apresentados durante o julgamento, levando à classificação do crime como homicídio culposo.

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