Repórter Recife – PE – Brasil

Policial Militar atira em entregador após recusar pedido de entrega em portaria, causando estado grave da vítima.

Na noite de segunda-feira, um policial militar foi acusado de atirar em um entregador de aplicativo, Nilton Ramon Barromeu de Oliveira, após este se recusar a levar a compra até a porta da casa do cliente em um condomínio em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O entregador, de apenas 25 anos, foi atingido na coxa e passou por duas cirurgias. O Hospital Municipal Salgado Filho informou que o estado de saúde de Nilton é grave. O cabo Roy Martins Cavalcanti se apresentou na delegacia alegando legítima defesa e foi liberado. O caso foi registrado como lesão corporal.

Amigos e colegas de profissão do entregador realizaram manifestações em protesto contra a violência. O tiro atingiu a artéria femoral de Nilton, que foi encaminhado para a UTI. Apesar do grave incidente, ele abriu os olhos e questionou por algumas pessoas.

O impasse ocorreu quando a cliente pediu para que Nilton entrasse e deixasse a compra no apartamento, ao invés da portaria. Segundo as diretrizes do iFood, plataforma para a qual Nilton trabalha, a orientação é deixar o pedido no primeiro ponto de contato, seja a portaria da casa ou do prédio. Diante da recusa do entregador, ele acionou o protocolo de devolução da encomenda e retornou para a loja.

O marido da cliente, o cabo Roy, armado, foi até a lanchonete onde o entregador estava. Uma discussão se iniciou e o policial sacou a arma, disparando contra Nilton. O entregador foi encontrado caído no chão, ainda com a mochila nas costas. O crime será investigado pela Polícia Civil e um processo da Corregedoria da Polícia Militar também foi instaurado para apurar as circunstâncias do caso.

Este incidente levantou a questão da segurança dos entregadores de aplicativos, com o iFood registrando quatro mil casos de ameaça e agressão este ano no Estado do Rio de Janeiro. A plataforma já lançou uma Central de Apoio Psicológico e Jurídico para oferecer suporte às vítimas de violência. Uma advogada acompanhará o caso de Nilton.

Sair da versão mobile