Aumento da violência doméstica: oito mulheres vítimas a cada 24 horas em nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança

O ano de 2023 começou com um alarmante aumento nos casos de violência doméstica contra mulheres em diversos estados do Brasil. De acordo com o novo boletim Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver, divulgado nesta quinta-feira (7), foram registradas 3.181 mulheres vítimas de violência, representando um aumento de 22,04% em relação ao ano anterior. A cada 24 horas, pelo menos oito mulheres são vítimas dessa violência que assola a sociedade.

As formas de violência sofridas pelas mulheres são diversas e incluem ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio e feminicídios. O relatório apontou que 586 mulheres foram vítimas de feminicídio, o que significa que, a cada 15 horas, uma mulher é morta em razão do gênero, principalmente por parceiros ou ex-parceiros. O uso de armas brancas e de fogo também se destaca nessas mortes, evidenciando a gravidade do problema.

A jornalista Isabela Reis, responsável pelo principal texto do relatório, ressaltou a importância da mobilização contra o feminicídio e outras formas de violência, destacando que a denúncia incansável pode salvar vidas. A ampliação no monitoramento da violência contra as mulheres revelou que o Pará, pela primeira vez, está entre os estados mapeados, ocupando a quinta posição no ranking com 224 eventos de violência.

São Paulo foi o único estado a ultrapassar mil eventos de violência, seguido pelo Rio de Janeiro e Piauí com altas significativas. Pernambuco registrou 92 feminicídios, enquanto a Bahia lidera em número de mortes de mulheres. O monitoramento realizado pela Rede de Observatórios da Segurança permite uma análise mais ampla e segura da realidade da violência contra as mulheres, complementando os dados oficiais e contribuindo para a redução da subnotificação. A luta contra a violência é urgente e a sociedade precisa se unir para proteger as vidas das mulheres.

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