O governo haitiano decretou estado de emergência na capital e um toque de recolher após a invasão de uma penitenciária, que resultou na fuga de mais de 3 mil detentos e em novos episódios de violência na cidade. O país, considerado o mais pobre do continente americano, enfrenta uma crise política e de segurança desde o assassinato do então presidente Jovenel Moïse em 2021.
Jimmy Chérizier, também conhecido como “Barbecue”, é um ex-policial que emergiu como uma figura central na onda de violência das gangues que assola o Haiti. Ele lidera uma “revolução contra a elite política corrupta do país”, segundo sua própria descrição, e utiliza as redes sociais para disseminar suas mensagens e recrutar seguidores para sua organização armada.
A trajetória criminosa de Chérizier teve início durante sua atuação como agente da polícia, sendo acusado de envolvimento em diversas violações dos direitos humanos e massacres. Apesar das sanções internacionais e acusações, ele se consolidou como um dos líderes mais poderosos das gangues, unindo nove grupos sob seu comando na G9 e Família.
A violência das gangues no Haiti se intensificou após o assassinato de Moïse, quando Chérizier passou a atacar o novo governo e seus oponentes políticos. O líder gangue é acusado de sabotar o fornecimento de combustível e de agravar a crise humanitária no país.
A situação no Haiti é alarmante, com as gangues se sobrepondo à polícia e às autoridades, em um cenário de crescente violência e impunidade. A declaração de Chérizier sobre uma possível guerra civil coloca em alerta as instituições internacionais e a comunidade haitiana, em meio a um cenário de profunda crise e instabilidade.