Defesa de Sergio Cabral anula condenações na Lava Jato; redistribuição de processos é determinada pelo TRF2 em decisão polêmica

A defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral obteve uma importante vitória na última quarta-feira (6), quando a 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) anulou três condenações que haviam sido proferidas no âmbito da Operação Lava Jato pela 7ª Vara Criminal Federal, sob comando do juiz Marcelo Bretas. Essa decisão representa um novo capítulo na conturbada trajetória do ex-governador, que ficou preso de novembro de 2016 a dezembro de 2022, quando obteve o direito à prisão domiciliar.

As três condenações anuladas somam cerca de 40 anos de prisão e estão relacionadas às operações derivadas da Lava Jato: C’est Fini, Ratatouille e Unfair Play. Essa reviravolta no caso de Sergio Cabral não significa, no entanto, que ele tenha sido inocentado. Os processos serão redistribuídos e os juízes responsáveis poderão utilizar as provas já produzidas durante a fase de instrução para proferir novas sentenças.

No que diz respeito à Operação C’est Fini, a 1ª Turma decidiu que a Justiça Federal é incompetente para julgar o caso, anulando a sentença e determinando a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Esta operação investiga o suposto pagamento de propinas ao ex-governador para beneficiar a empresa Gelpar em contratações com o estado relacionadas ao serviço do Poupa Tempo.

Já as operações Ratatouille e Unfair Play tiveram suas sentenças anuladas, sendo determinada a redistribuição dos processos para outras varas federais criminais do Rio de Janeiro. A Operação Ratatouille investiga o pagamento de vantagens indevidas a Cabral em contratos de fornecimento de alimentos e serviços especializados, enquanto a Operação Unfair Play 2 trata de propinas na contratação de serviços terceirizados ao governo estadual e na compra de votos para escolha da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Por outro lado, o juiz Marcelo Bretas, responsável pelos julgamentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, está afastado do cargo desde fevereiro de 2023, após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificar irregularidades em sua conduta. Diversas denúncias foram feitas contra Bretas, incluindo alegações de irregularidades na negociação de delações premiadas e possível prejuízo a políticos em campanha eleitoral.

Essa reviravolta nos processos de Sergio Cabral e as controversas ações envolvendo o juiz Marcelo Bretas demonstram a complexidade e as nuances da Operação Lava Jato, que continuam a impactar o cenário político e jurídico do Brasil.

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