Investigação do MPSP aponta transporte de corpos como vivos para hospitais em operações da PM na Baixada Santista causando prejuízo à perícia.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) anunciou hoje uma investigação sobre denúncias feitas por funcionários da área de saúde de Santos envolvendo as operações da Polícia Militar (PM) na Baixada Santista. Segundo relatos, os corpos das pessoas mortas estariam sendo levados como se estivessem vivas para hospitais, dificultando a realização da perícia nos locais das mortes.

O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do MPSP, está empenhado em apurar essas alegações, solicitando os prontuários médicos e identificando os socorristas envolvidos nos transportes dos corpos. Além disso, foi solicitada à Secretaria de Saúde de Santos a instauração de uma sindicância interna para esclarecer os fatos.

No mês passado, diversas instituições de defesa dos direitos humanos enviaram um documento à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) apontando possíveis violações dos direitos humanos nas ações policiais na região litorânea de São Paulo. O documento denuncia a falta de preservação dos locais das ocorrências e relata possíveis execuções sumárias, arbitrárias e extrajudiciais.

De acordo com a denúncia, os boletins de ocorrência registram justificativas como tumultos nas imediações e risco de confrontos para não preservar os locais das mortes. As entidades signatárias do documento exigem providências imediatas, incluindo garantir uma investigação independente e imparcial sobre as execuções, além da obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança durante as operações policiais.

Em resposta às acusações, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, classificou as denúncias como irresponsáveis e sem evidências claras. Ele afirmou em coletiva de imprensa que nenhuma informação sobre a situação relatada pelos funcionários da saúde da Santa Casa de Santos foi confirmada.

A investigação do MPSP segue em andamento para esclarecer os fatos e garantir a transparência e a legalidade nas ações policiais na região da Baixada Santista.

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