Violência de gênero cresce no Brasil: feminicídios aumentam 1,6% e atingem 1.463 vítimas em 2023, revela relatório do FBSP.

Nesta sexta-feira, em meio à comemoração do Dia Internacional da Mulher, é crucial destacar a persistência da luta contra a violência de gênero. O relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou um crescimento de 1,6% no número de feminicídios no Brasil entre 2022 e 2023, atingindo a triste marca de 1.463 vítimas no ano passado. Além disso, constatou-se que ao menos 10.655 mulheres foram alvo dessa estatística entre os anos de 2015 e 2023.

Por trás desses dados alarmantes, encontram-se histórias de coragem e superação. A cabo da Polícia Militar Ellen Albertins, de 35 anos, é uma dessas mulheres que transformaram as cicatrizes em instrumentos de combate à violência contra a mulher.

A trajetória de Ellen é marcada por um acontecimento trágico que ocorreu quando ela tinha apenas quatro anos de idade. Em 30 de novembro de 1992, ela testemunhou o assassinato de sua mãe, Maria de Albertins Belém Silva, morta com três disparos pelo companheiro, o policial militar Edvaldo Fernando da Silva, que era pai de Ellen. Esse episódio marcou profundamente a vida da policial, que afirmou: “Minha mãe foi vítima de violência doméstica por muitos anos. Ela sofreu calada e não pediu ajuda. Eu tinha quatro anos quando tudo aconteceu”.

Após o assassinato de sua mãe, Edvaldo fugiu com Ellen e permaneceu escondido por sete dias. Posteriormente, ele se entregou à Polícia Militar e foi preso por dez anos. Ellen nunca mais teve contato com o pai, que veio a falecer após um AVC.

Decidindo transformar sua dor em força, Ellen ingressou na Polícia Militar em 2011 com o objetivo de ser a voz das mulheres que sofrem em silêncio. Sua participação na Brigada Maria da Penha foi essencial para ela, que viu nesse projeto uma missão de vida.

A atuação de pessoas como Ellen traz um grande impacto, conforme relatado pela Cabo Angélica Ribeiro, Auxiliar da Coordenação da Patrulha Maria da Penha. Esse tipo de abordagem, baseada na identificação e confiança, é fundamental para estabelecer uma relação de apoio com as vítimas.

Além de profissionais da segurança pública, outras figuras têm se destacado na luta contra a violência de gênero, como a cake designer Silvia Freire. Apesar de não ser policial militar, ela dedica-se a oferecer cursos profissionalizantes gratuitos na área da confeitaria, visando ajudar mulheres vítimas de violência a recuperarem a dignidade e conquistarem a independência financeira.

As histórias de Ellen e Silvia evidenciam a importância de denunciar a violência doméstica e buscar ajuda. Por isso, é fundamental conhecer e utilizar os diversos serviços de atendimento e órgãos especializados disponíveis para auxiliar as vítimas. A Patrulha Maria da Penha, por exemplo, realiza visitas para fiscalização das medidas protetivas, visando garantir a segurança e proteção das mulheres.

Ao reconhecer a coragem e determinação dessas mulheres, como Ellen e Silvia, fortalecemos a luta contra a violência de gênero e contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Acesse a lista de locais de denúncia e apoio às vítimas de violência e faça a sua parte! Juntos, podemos fazer a diferença e promover um mundo mais seguro e justo para todas as mulheres.

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