Ativistas nicaraguenses dispostas a perdoar repressores desde que haja justiça: “Crimes não podem ser varridos para debaixo do tapete”

As ativistas nicaraguenses Evelyn Pinto e Cinthia Samantha Padilla Jirón, que passaram períodos na prisão sob o regime de Daniel Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, demonstram uma postura de perdão condicionado à justiça. Em uma palestra realizada em Washington pelo Diálogo Interamericano, Evelyn Pinto mencionou que Cinthia Samantha Padilla Jirón foi sua “salvação da loucura” após ser presa alguns dias antes dela.

Cinthia Samantha Padilla Jirón foi mantida na prisão feminina de La Esperanza por 14 meses até ser expulsa da Nicarágua juntamente com outros presos políticos, incluindo Evelyn Pinto. Ambas sobreviveram à reclusão usando a imaginação e resiliência, buscando focar no que ainda poderiam desfrutar apesar das circunstâncias.

Durante seu tempo na prisão, as ativistas passaram por momentos difíceis, mas encontraram maneiras de manter a esperança e até brincaram sobre sua situação, comparando-se às Kardashians por serem constantemente fotografadas por sua notoriedade dentro da prisão.

No entanto, apesar do desejo de perdoar, ambas enfatizam a importância de justiça para os que estiveram envolvidos em violações dos direitos humanos. Para Cinthia Samantha Padilla Jirón, aqueles que cometeram crimes devem ser responsabilizados e julgados para que os erros não se repitam.

Evelyn Pinto concorda que o processo de reconciliação exige políticas públicas voltadas para a justiça e a reparação, mas enfatiza a necessidade de eleições transparentes e supervisionadas para garantir um futuro livre de repressão. Para ela, não há espaço para um futuro viável na Nicarágua com a liderança de Ortega e Murillo.

Desta forma, as ativistas evidenciam sua disposição para o perdão sob a condição de que a justiça seja feita, apontando para a importância de garantir que os crimes não sejam ignorados e que a paz e a verdade prevaleçam em seu país.

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