Segundo a ONG Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional, as gangues armadas no Haiti têm raízes profundas que remontam aos anos 50, com o surgimento dos ‘tonton macoutes’ durante a era do presidente François Duvalier. Desde então, esses grupos não estatais têm marcado presença no país, controlando áreas e impondo sua vontade de forma violenta.
Os especialistas da ONU alertam que a relação entre políticos e grupos armados no Haiti é sistêmica, o que contribui para a perpetuação do ciclo de violência e instabilidade no país. Atualmente, estima-se que 200 gangues operem no território haitiano, utilizando armas sofisticadas para realizar tráfico de drogas e armas, extorsão, sequestros e outros crimes.
Alguns líderes de gangues, como Jimmy Chérizier, conhecido como “Barbecue”, possuem uma influência considerável e estão envolvidos em disputas territoriais que têm gerado conflitos armados. A exigência de renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry tem sido o estopim para ataques recentes contra locais estratégicos do país, evidenciando a fragilidade do atual cenário político e social na nação caribenha.
Além disso, a crescente profissionalização das gangues, a utilização de estratégias táticas avançadas e o recrutamento de ex-soldados e policiais têm contribuído para o fortalecimento desses grupos e para a intensificação da violência no Haiti. A população, principalmente nos bairros mais pobres, sofre com as extorsões e ameaças constantes desses criminosos, tornando a vida cotidiana um verdadeiro desafio.
Diante desse cenário preocupante, é urgente a adoção de medidas eficazes para conter a violência e restabelecer a paz e a segurança no Haiti. A comunidade internacional deve se mobilizar em apoio ao país caribenho e buscar soluções que contribuam para a superação dessa crise que assola a nação haitiana.
