Estudo aponta que 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil são negras, alerta sobre violência doméstica

De acordo com a pesquisa “O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra a Mulher” realizada pelo Instituto Sou da Paz, dados alarmantes revelam que 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil são negras. Esses números mostram a desigualdade racial existente no país, refletindo em uma realidade de violência que atinge majoritariamente as mulheres negras.

A pesquisa analisou os registros de mortes violentas do Ministério da Saúde em 2022, chegando à conclusão de que, em média, 2,2 mil mulheres morrem baleadas anualmente, correspondendo a metade dos assassinatos de mulheres no Brasil. Em 2022, 60% das vítimas femininas dos 1,9 mil homicídios registrados tinham entre 20 e 39 anos de idade, evidenciando que a violência atinge principalmente as mulheres jovens.

Outro dado preocupante é que em 27% dos casos de mulheres mortas por armas de fogo, o crime ocorreu dentro da própria casa da vítima. Entre as mulheres não negras, esse índice fica em 34%, mostrando que o ambiente doméstico pode ser um local de risco para as mulheres. Além disso, a pesquisa aponta que em 43% dos casos as mulheres foram mortas por pessoas próximas, como parceiros íntimos, amigos e familiares, demonstrando a dimensão da violência de gênero no Brasil.

A pesquisa destaca a importância de prestar atenção às vítimas que sobrevivem a agressões, devido à tendência de repetição da violência. Para tentar reduzir os assassinatos de mulheres, a pesquisa ressalta a implementação do Formulário Nacional de Avaliação de Risco de Violência Doméstica e contra a Mulher, que visa identificar fatores de risco e subsidiar decisões judiciais para proteção das vítimas.

Diante desses dados alarmantes, é urgente que políticas públicas eficazes sejam implementadas para combater a violência contra as mulheres, especialmente as mulheres negras, e garantir a proteção e segurança de todas as cidadãs brasileiras. A conscientização e ação coletiva são fundamentais para mudar essa realidade e promover uma sociedade mais igualitária e justa para todas.

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