Segundo informações obtidas pela AFP, Diego Chaher, interventor da Télam, enviou um e-mail aos trabalhadores informando sobre a prorrogação da dispensa do trabalho com direito a salário por mais sete dias. Essa decisão veio após um anúncio feito pelo presidente de extrema direita Javier Milei, que ameaçava fechar a empresa por considerá-la um instrumento de propaganda.
Diante desse cenário, o governo também disponibilizou um programa de demissão voluntária para os funcionários da agência. No entanto, algumas figuras públicas, como a deputada Margarita Stolbizer, se posicionaram contra essa medida, argumentando que não é possível eliminar órgãos criados por lei apenas por decreto.
A reação dos trabalhadores foi imediata, com a realização de um ato e a montagem de um acampamento na porta de uma das sedes da Télam. Além disso, foi criada a página “Somos Télam” para dar continuidade à divulgação de notícias e comunicados.
Tomás Eliaschev, jornalista e representante sindical da Télam, afirmou à AFP que os funcionários rejeitaram a proposta de demissão voluntária feita pelo governo. Ele ressaltou que essa medida ocorre em um contexto de extorsão, destacando que as sedes da agência continuam cercadas e os trabalhadores manterão o acampamento.
Diante desse impasse, foi anunciado que um projeto de lei será apresentado para garantir a continuidade da agência, com controle parlamentar e um caráter mais democrático e federal. A Télam, criada em 1945 por Juan Domingo Perón, enfrenta um momento de incerteza e resistência por parte de seus funcionários diante das medidas anunciadas pelo governo.