Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Visvaldas Kulbokas foi informado sobre a insatisfação do país em relação às palavras do Papa, que foram interpretadas como uma legitimação da “lei do mais forte” e um estímulo para que a Ucrânia continue ignorando o direito internacional. Kiev considerou que o chefe da Santa Sé deveria enviar sinais à comunidade internacional para unir forças contra a agressão russa, em vez de pedir que a vítima negocie com o agressor.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, foi incisivo em sua resposta às declarações de Francisco, garantindo que seu país nunca levantará a bandeira branca para a Rússia. Já a diplomacia ucraniana acusou o Papa de não ter apontado claramente a Rússia como agressora durante a invasão do país nos primeiros meses do conflito.
As declarações do Papa foram feitas em uma entrevista à televisão pública suíça RTS, na qual ele pediu que não se tenha vergonha de negociar antes que a situação na Ucrânia piore. O Vaticano, por sua vez, tentou corrigir a interpretação das palavras de Francisco, esclarecendo que a expressão “bandeira branca” se referia a um cessar das hostilidades e não a uma rendição.
O episódio coloca em evidência a delicada situação política e diplomática entre a Ucrânia e o Vaticano, demonstrando a complexidade das relações internacionais em meio a conflitos armados e tensões geopolíticas.