CPI da Braskem critica atuação da ANM em fiscalização mineral em Maceió: multas baixas e omissão de informações são questionadas.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem foi palco de duras críticas à atuação da Agência Nacional de Mineração (ANM) na fiscalização da extração mineral em Maceió (AL), que resultou em afundamentos nos bairros da região desde 2018. Os senadores integrantes do colegiado questionaram o diretor-geral da ANM, Mauro Henrique Moreira Sousa, sobre a atuação do órgão regulador, apontando falhas na fiscalização e nas multas aplicadas à empresa Braskem, responsável pela atividade mineradora na região.

Durante a sessão da CPI, o senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da comissão, destacou a baixa efetividade das multas aplicadas à Braskem, totalizando cerca de R$ 40 mil reais, montante considerado irrisório diante do faturamento bilionário da empresa. Carvalho também criticou a metodologia adotada pela ANM, que se baseou em laudos emitidos pela própria empresa, levantando dúvidas sobre a imparcialidade das informações.

Além disso, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), questionou a ausência de outras sanções previstas na legislação que poderiam ter sido aplicadas à Braskem, como advertências, apreensão de equipamentos e suspensão da atividade. Aziz ainda levantou preocupações sobre a falta de rigor na atuação dos órgãos reguladores, questionando a eficácia do monitoramento das atividades mineradoras.

Os senadores também destacaram a insuficiência do monitoramento realizado pela ANM e do extinto Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), ressaltando a dependência dos laudos produzidos pela Braskem. A falta de pessoal e a escassez de recursos humanos e técnicos também foram apontadas como fatores que limitaram a capacidade de fiscalização dos órgãos reguladores.

Os problemas causados pela extração do sal-gema em Maceió, que resultaram em danos estruturais em diversos bairros da cidade, evidenciaram a urgência de uma revisão na fiscalização das atividades mineradoras e na atuação dos órgãos reguladores. A CPI da Braskem continua seu trabalho investigativo para esclarecer as responsabilidades e buscar soluções para os impactos causados pela mineração na região de Maceió.

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