Esse anúncio gerou polêmica devido aos cortes drásticos nos gastos do Instituto, que incluem reduções nas transferências às províncias, viagens ao exterior, financiamento de festivais, pagamentos de horas extras, contratos de telefonia móvel, diárias e outros gastos. Além disso, foi informado que nenhum contrato com vencimento a partir de 31 de março deste ano será renovado, a fim de reduzir os US$ 8 milhões destinados ao pagamento de pessoal.
O comunicado conclui relacionando o financiamento à Cultura ao rombo orçamentário em outras áreas, seguindo uma estratégia comum ao discurso de extrema-direita. “Nosso compromisso com o déficit 0% é inegociável. Terminaram os anos em que se financiavam festivais de cinema com a fome de milhares de crianças”, destacou.
Fundado nos anos 1950, o Incaa é considerado um dos responsáveis pelo prestígio da cinematografia argentina no cenário mundial, com duas estatuetas do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro conquistadas pelo país. Apesar das críticas e polêmicas, o Instituto é essencial para o desenvolvimento e promoção da indústria cinematográfica argentina, incluindo a organização do Festival de Mar Del Plata, um dos maiores do mundo.
Apesar das promessas feitas durante a campanha à Presidência, Javier Milei enfrentou resistência e críticas de renomados cineastas internacionais, como Pedro Almodóvar, Alejandro González Iñárritu e Aki Kaurismäki, levando-o a reconsiderar seu posicionamento em relação ao financiamento público à produção cinematográfica. A decisão final sobre o futuro do Incaa ainda permanece incerta, mas a importância do audiovisual para a cultura argentina continua em destaque.
