Inflação na Argentina desacelera para 13,2% em fevereiro, refletindo medidas de austeridade de Milei e futuro acordo com FMI

A economia argentina foi impactada pela inflação de 13,2% em fevereiro, resultando na segunda desaceleração consecutiva do índice mensal. Esse cenário é reflexo da maxidesvalorização de 54% do peso promovida pelo governo de Javier Milei em dezembro. As medidas de austeridade fiscal adotadas pelo governo, como o fim de congelamentos de preços e cortes de gastos públicos, beneficiam e subsídios, estão limitando o consumo e levando o país a uma recessão mais profunda.

Os preços ao consumidor aumentaram 13,2% em fevereiro em relação a janeiro, ficando abaixo das expectativas dos economistas, que previam 15%. Em uma análise de 12 meses, a inflação na Argentina atinge a marca de 276,2%. O ministro da Economia, Luis Caputo, declarou que espera uma desaceleração da inflação mensal para abaixo de 10% até meados de 2024.

Milei, que prometeu dolarizar a economia durante a campanha eleitoral, planeja introduzir uma espécie de “competição de moedas”, onde o dólar americano também poderia se tornar moeda corrente legal no país. Além disso, o governo argentino está em negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um novo programa que substituirá o atual de US$ 44 bilhões.

Apesar da desaceleração da inflação desde seu pico em dezembro, espera-se que o progresso diminua à medida que Milei continue a eliminar os subsídios estatais que mantinham artificialmente baixos os preços de combustíveis, energia e transporte. O equilíbrio das contas públicas é fundamental na estratégia adotada pelo governo.

No Brasil, o Banco Central tem cortado as taxas de juros, com a Selic atual em 11,25% ao ano. A inflação no Brasil está em 4,50% em 12 meses, no limite da meta estabelecida. Em meio a esse cenário, a Argentina surpreendeu com um corte da taxa de juros de 100% para 80%, indicando uma possível estabilização econômica. A incerteza persiste, mas os ajustes realizados pelas autoridades econômicas de ambos os países podem trazer perspectivas de recuperação financeira em um futuro próximo.

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