Trabalhadores da agência Télam se recusam a aceitar demissão voluntária e mantêm acampamento de vigília em Buenos Aires

Os trabalhadores da agência pública de notícias argentina Télam continuam mobilizados em frente à sede da empresa, em Buenos Aires, em protesto contra o plano de demissão voluntária proposto pela direção da companhia, controlada pelo governo do presidente Javier Milei. Em assembleia, os empregados decidiram manter o acampamento de vigília, rejeitando a proposta de dispensa dos aproximadamente 760 funcionários da agência até 10 de abril.

Desde o dia 4 de março, os empregados estão acampados em frente à sede da Télam, que está fechada com grades, após terem sido dispensados de trabalhar por sete dias. O site da agência de notícias também está fora do ar desde que Milei anunciou sua intenção de extinguir o portal de notícias que possui 78 anos de existência.

A comissão interna da Telám denunciou que o plano de demissão voluntária foi oferecido em um contexto de intimidação e disciplinamento, com o objetivo de forçar os trabalhadores a aceitarem a proposta da empresa. Diante disso, a assembleia dos empregados decidiu por unanimidade não aceitar a oferta e continuar em vigília em frente à sede da empresa.

O presidente argentino argumentou que a agência Télam tem sido utilizada como “meio de propaganda kirchnerista”, em referência ao movimento político liderado pelos ex-presidentes Néstor Kirchner e Cristina Kirchner. A privatização de todos os meios públicos de comunicação da Argentina foi uma das promessas de campanha de Milei.

Fundada há 78 anos, a Télam é a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas, produzindo cerca de 500 matérias e 200 fotografias por dia. Ao longo de sua história, enfrentou diversas ameaças de fechamento e demissões durante diferentes governos. A agência foi criada com o objetivo de quebrar o duopólio das agências americanas UPI e AP, que dominavam o mercado de informação na época.

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