CPI quebra sigilo bancário de diretor da ANM em investigação sobre responsabilidade da Braskem em afundamento de bairros em Maceió

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem avançou em suas investigações ao aprovar a quebra do sigilo bancário do diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa, e do ex-diretor da ANM, Victor Hugo Froner Bicca. Essa decisão ocorreu durante as atividades realizadas nesta quarta-feira (13), resultando em um desdobramento importante para o desenrolar do caso.

Mauro Henrique Moreira Sousa foi ouvido pela CPI no dia anterior e terá seu sigilo bancário quebrado no período estipulado de 1º de janeiro de 2022 até 12 de março de 2024. Segundo o relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), a atitude de Mauro Henrique em dificultar o acesso às informações necessárias para a investigação foi um dos motivos que levaram à quebra de sigilo. O parlamentar ressaltou que o diretor-geral da ANM agiu de forma a atrapalhar os trabalhos da Comissão, repassando dados incompletos e bloqueando o acesso a documentos cruciais.

A CPI está focada em apurar as responsabilidades pelo desastre que resultou no afundamento de bairros inteiros em Maceió, decorrente das atividades da Braskem na região. Mauro Henrique Moreira Sousa, que foi nomeado em 2022 pelo governo anterior, permanecerá no cargo até 2026, o que aumenta a relevância de esclarecer seu papel nas ações da ANM durante esse período.

Além disso, a quebra de sigilo do ex-diretor da ANM, Victor Hugo Froner Bicca, também foi autorizada para o período de 2011 a 2024. A CPI levantou a possibilidade de ocorrências suspeitas na gestão anterior, como omissões ou potenciais retiradas criminosas de documentos referentes à Braskem.

Outros membros da ANM também foram alvos da CPI, com quebras de sigilo autorizadas para José Antônio Alves dos Santos e Walter Lins Arcoverde, apontando para uma investigação ampla sobre as práticas da agência no setor de mineração.

Além das medidas de quebra de sigilo, a CPI aprovou novos depoimentos e uma acareação entre o ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, e o presidente da Braskem, Roberto Bischoff. Esses avanços no processo de investigação mostram o empenho da Comissão em buscar a verdade e responsabilizar aqueles envolvidos nos eventos que resultaram nos desastres em Maceió.

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