Na gravação, a mulher pede ao clérigo para apagar as fotos que ele tirou dela sem autorização, enquanto outras pessoas presentes na cena se envolvem na discussão. Algumas mulheres demonstram apoio à mulher sem véu, e uma delas chega até a pegar o celular do religioso e fugir da clínica com ele, sendo perseguida pelo clérigo.
A divulgação do vídeo nas redes sociais suscitou debates sobre a obrigatoriedade do hijab no Irã. Muitas pessoas expressaram repúdio às táticas das autoridades para impor o uso do véu, especialmente após o caso da morte de Mahsa Amini em 2022, que desencadeou protestos contra a violência policial e as restrições de vestimenta no país.
Em resposta ao episódio, autoridades iranianas anunciaram a detenção de quatro pessoas envolvidas na divulgação das imagens. O procurador-geral de Qom alegou que a investigação preliminar indicou que o objetivo dessas pessoas era criar divisão e tensão ao compartilhar o vídeo com meios de comunicação opositores.
A controvérsia em torno do vídeo ampliou as divisões na sociedade iraniana, com diferentes setores se manifestando sobre o assunto. Parlamentares da oposição criticaram a abordagem das autoridades religiosas, enquanto muitas mulheres têm desafiado o uso do hijab como forma de protesto e desobediência civil, mesmo enfrentando riscos de prisão e punições severas.
Portanto, a discussão gerada por esse vídeo evidencia as complexidades e contradições em relação às restrições de vestimenta e às liberdades individuais no Irã, em um contexto em que a sociedade busca um equilíbrio entre tradição e modernidade.