Governos da América Latina e do Caribe são cobrados por mais ações na crise climática, aponta relatório da OCDE e BID

Um recente relatório publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que os governos da América Latina e do Caribe podem fazer mais para combater a crise climática. Segundo o estudo intitulado “Panorama das Administrações Públicas: América Latina e Caribe 2024”, os países da região têm potencial para alcançar uma transição verde que promova crescimento econômico sustentável e aborde as desigualdades estruturais, desde que seus governos estejam à altura do desafio.

Uma das ferramentas apontadas no relatório como fundamental para enfrentar os desafios da transição ecológica é a contratação pública. A análise revelou que apenas 9 dos 19 países da região possuem uma estratégia para contratação pública verde, que prioriza empresas que atendam a critérios de sustentabilidade ambiental. No entanto, todos os países pesquisados possuem estruturas normativas de contratação pública que contemplam pelo menos um objetivo social, sendo o ambiental o mais comum, presente em 89% dos casos.

Além disso, o relatório ressaltou a importância de integrar considerações climáticas nas decisões sobre impostos e gastos públicos. Apenas cinco dos 12 países analisados adotam essa estratégia, em contraste com 67% dos países da OCDE. Países como Chile, Colômbia e México se destacam nesse aspecto e são membros tanto da OCDE quanto da América Latina e do Caribe.

Outros pontos abordados pela OCDE e BID incluem a confiança dos cidadãos nos governos da região. Segundo a pesquisa, a confiança no governo central varia entre os países, mas em média é menor do que nos países da OCDE. Além disso, a percepção pública da corrupção continua sendo um desafio, com altos índices de cidadãos que acreditam que este problema é generalizado em seus governos.

Diante desses desafios, os governos da América Latina e do Caribe precisam adotar medidas concretas para promover uma transição verde, garantindo não apenas o crescimento econômico sustentável, mas também a diminuição das desigualdades estruturais e o aumento da confiança dos cidadãos em suas administrações públicas.

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