Segundo o ministro, a postura brasileira tem sido de apoio à operação de retirada de brasileiros da região e de defesa de iniciativas para garantir o acesso a água, luz, remédios e hospitais em Gaza. Vieira também destacou a necessidade de um corredor humanitário, cessar-fogo, retomada das negociações e liberação dos reféns. Ele expressou preocupação com a situação e enfatizou a importância de respeitar as regras do direito internacional.
Além disso, Vieira mencionou o apoio do Brasil à denúncia feita pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando Israel de praticar genocídio. O ministro também abordou a retenção e bloqueio unilateral de doações humanitárias por parte de Israel aos palestinos, considerando essa prática uma violação do direito internacional.
Outro ponto discutido durante a audiência foi a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fevereiro, em que comparou a resposta militar de Israel em Gaza com o Holocausto nazista. Vieira explicou que as declarações de Lula refletem sua preocupação com as vidas perdidas no conflito e a necessidade de preservar o valor supremo da vida humana.
Em relação à Ucrânia, o ministro afirmou que o Brasil condena a violação da integridade territorial ucraniana e defende a busca por soluções pacíficas e diplomáticas para o conflito. Diversos senadores questionaram a posição brasileira em relação aos conflitos internacionais e pediram clareza e coerência nas ações do governo.
Além dos temas relacionados aos conflitos na Ucrânia e em Gaza, Mauro Vieira abordou outras ações do Ministério, como o retorno do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a expectativa de acordos comerciais, como o Mercosul-União Europeia. O ministro também anunciou a visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil em novembro e destacou a presidência do país no G20, ressaltando as prioridades do governo na liderança desse grupo econômico.
Diante dos desafios internacionais e das questões debatidas na audiência, o papel do Brasil na diplomacia global e na busca por soluções pacíficas em conflitos representam importantes desafios e responsabilidades para o país no cenário internacional. Com a reunião da CRE e as declarações do ministro Mauro Vieira, fica evidente a complexidade e a sensibilidade das relações exteriores do Brasil em um contexto geopolítico conturbado.
