Relatório revela mais de 16 mil substâncias químicas presentes em plásticos, levantando questões sobre poluição e segurança do consumidor

Um recente relatório divulgado por uma equipe de cientistas europeus revelou que existe um número significativamente maior de substâncias químicas nos plásticos do que inicialmente estimado por agências ambientais. De acordo com o estudo, mais de 16 mil substâncias químicas foram identificadas, o que representa um aumento em relação às 13 mil previamente reconhecidas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Essa descoberta levanta algumas preocupações em relação à poluição e à segurança dos consumidores, uma vez que aproximadamente um quarto dessas substâncias é considerado perigoso para a saúde humana e para o meio ambiente. Vale ressaltar que muitas dessas substâncias químicas podem contaminar a água e os alimentos, impactando negativamente a saúde das pessoas.

Os sistemas de reciclagem e reutilização de plásticos são considerados fundamentais para combater a crescente poluição plástica, que resulta na produção de cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano. Entretanto, os autores do relatório alertam que essas medidas podem não ser suficientes para proteger a população se não houver uma maior transparência em relação às substâncias químicas presentes nos plásticos.

É destacada a necessidade de as indústrias mostrarem mais clareza sobre os componentes químicos utilizados na fabricação de plásticos, inclusive na produção de materiais reciclados. A falta de informações sobre a identidade básica de um quarto das substâncias químicas identificadas é uma das principais preocupações levantadas pelos cientistas.

O toxicologista ambiental Martin Wagner ressalta a complexidade química dos plásticos e a possibilidade de que os fabricantes não tenham pleno conhecimento sobre as substâncias presentes em seus produtos devido à complexidade das cadeias de produção. Ele destaca a importância de enfrentar esses desafios para proteger a saúde pública e o meio ambiente.

Diante desse cenário, negociadores governamentais estão em busca de elaborar o primeiro tratado global para combater a poluição plástica, levando em consideração a necessidade de regulamentar a produção e o uso de plásticos de forma mais segura e sustentável. A transparência e a conscientização sobre os riscos associados às substâncias químicas presentes nos plásticos são essenciais para mitigar os danos à saúde e ao meio ambiente causados por essa poluição.

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