Segundo um estudo publicado no portal Scientific Reports da Nature, as ondas de calor causadas pelas mudanças climáticas têm sido um dos principais fatores responsáveis pelo aumento dos casos de dengue nessas regiões. O pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, aponta que o aumento das temperaturas tem se tornado quase permanente em lugares como o interior do Paraná, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.
Além disso, a degradação ambiental, especialmente no Cerrado, tem contribuído para a proliferação do mosquito transmissor da dengue. O desmatamento, as queimadas e a conversão de florestas em pasto têm criado condições favoráveis para a reprodução do Aedes aegypti.
Barcellos destaca que as cidades do Cerrado já apresentam ilhas de calor, áreas com condições precárias de saneamento que dificultam o combate ao mosquito. Ele ressalta a importância de políticas públicas eficazes para lidar com esse cenário e prevenir a propagação da dengue.
O estudo utilizou técnicas de mineração de dados para avaliar a associação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de duas décadas. Essas análises são fundamentais para compreender melhor a dinâmica da doença e adotar medidas preventivas mais eficazes.
Diante desse cenário preocupante, é essencial que as autoridades e a população estejam atentas aos sintomas da dengue e adotem medidas de prevenção, como a eliminação de recipientes que possam acumular água parada. A conscientização e ações coordenadas são fundamentais para evitar a propagação desse grave problema de saúde pública.