Durante o depoimento, Anderson Torres foi questionado sobre a reunião ministerial de 5 de julho de 2022, liderada por Bolsonaro, na qual participaram ministros de Estado, secretários executivos e assessores da Presidência. Ele confirmou sua presença na reunião, convocado pela Presidência da República, mas não soube precisar o motivo da participação de pessoas que não faziam parte do governo.
Sobre a minuta de decreto do Estado de Defesa apreendida em sua residência, Torres afirmou que não foi o autor do documento e não estava ciente do seu teor. Além disso, ele negou qualquer conhecimento ou envolvimento em planos relacionados ao monitoramento ou prisão do ministro Alexandre de Moraes.
O ex-ministro também refutou a propagação de informações sobre fraude nas eleições de 2022 e negou ter solicitado a ministros que difundissem tais informações. Ele esclareceu que suas palavras sobre as consequências de uma não reeleição de Bolsonaro eram um chamamento para atuação dos ministros em suas pastas durante o processo eleitoral.
Por fim, Torres abordou sua declaração sobre a suposta ligação entre o Partido dos Trabalhadores e o Primeiro Comando da Capital (PCC), explicando que se referia a reportagens divulgadas na época sobre Marcos Valério, e afirmou não saber sobre o andamento das investigações da Polícia Federal a respeito dessas reportagens.
O depoimento de Anderson Torres foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes e faz parte das investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado em janeiro do ano passado. O ex-ministro reiterou sua cooperação com as autoridades e sua atuação dentro dos limites legais.