Especialistas apontam que a união das gangues foi o fator determinante para a renúncia de Henry. Com um histórico de violência e impopularidade, o primeiro-ministro se viu acuado pelo poder conjunto das gangues, que passaram a exigir sua saída do governo.
A aliança entre as gangues, embora ainda não esteja clara em sua força e durabilidade, representa uma mudança no cenário político do Haiti. Agora, países vizinhos e potências estrangeiras como Estados Unidos, França e nações do Caribe estão trabalhando para estabelecer um governo de transição e abrir caminho para eleições que antes pareciam distantes.
O ex-comandante da polícia e líder do golpe, Guy Philippe, emerge como uma figura influente nesse contexto. Philippe, que antes passou seis anos em uma prisão federal nos EUA, agora defende abertamente a anistia das gangues e busca legitimação política para esses grupos que aterrorizam o Haiti.
A situação no país atingiu um ponto de inflexão com a intensificação da violência desencadeada pelas gangues, que forçaram o primeiro-ministro a renunciar e impediram sua volta ao Haiti. A pressão internacional, incluindo dos Estados Unidos e lideranças do Caribe, tornou a permanência de Henry insustentável e acelerou o processo de transição de poder.
Em meio a esse cenário caótico, líderes de gangues como Jimmy Chérizier, conhecido como Barbecue, surgem como protagonistas das negociações que buscam uma solução para a crise haitiana. Agora, o país se vê diante de desafios ainda maiores, com a necessidade de lidar com as demandas e o poder das gangues no processo político de transição.
