Em uma decisão surpreendente, um juiz de Nova York determinou o adiamento de um dos quatro casos criminais pendentes envolvendo o ex-presidente Donald Trump. O processo em questão está relacionado à compra do silêncio de uma atriz pornô em meio a um escândalo sexual durante a campanha presidencial de 2016.
O julgamento, que estava marcado para começar em 25 de março, seria o primeiro de uma série de processos aguardando o republicano, nos quais ele alega inocência e tenta atrasar ao máximo possível neste ano de eleições para a Casa Branca.
A solicitação de adiamento partiu do Ministério Público, que argumentou ter recebido mais de 100 mil páginas de documentos relacionados às acusações contra Trump e a atriz Stormy Daniels. Esse prazo adicional de 30 dias foi concedido para que a equipe de defesa revisasse o material, embora inicialmente tenham pedido um adiamento de 90 dias. O promotor responsável pelo caso, Alvin Bragg, afirmou que a maioria dos documentos solicitados pela defesa é considerada “irrelevante”.
O juiz James Merchan, responsável pelo caso, justificou sua decisão de adiar o processo escrevendo: “Há questões significativas que esta Corte precisa resolver”. Ele ainda mencionou a possibilidade de um novo adiamento, a ser discutido na audiência marcada para 25 de abril.
O ex-presidente Trump é alvo de 34 acusações em três casos relacionados à falsificação de registros comerciais antes das eleições de 2016, incluindo o suposto pagamento de US$ 130 mil a Stormy Daniels para que ela mantivesse em segredo um caso mantido entre os dois desde 2006. Trump sempre negou as acusações, afirmando ser vítima de uma “caça às bruxas”.
A decisão de adiamento do julgamento é vista com certo otimismo pela equipe jurídica do ex-presidente, que busca evitar que seus processos sejam concluídos antes das eleições presidenciais de 5 de novembro. Uma eventual condenação poderia afetar a decisão de potenciais eleitores que planejavam votar nele.
Além do caso envolvendo Stormy Daniels, outros três processos criminais contra Trump aguardam uma decisão da Suprema Corte. Uma audiência está marcada para 25 de abril para discutir a imunidade do ex-presidente em relação a atos cometidos enquanto estava no cargo. Se a Corte acatar esses argumentos, Trump pode se livrar dos processos federais e estaduais movidos contra ele.