No entanto, ao longo dos anos, a postura de Putin em relação ao Ocidente e à Otan sofreu mudanças significativas. Em seu discurso ao Parlamento em 2024, Putin demonstrou uma postura mais desafiadora, alertando para as possíveis consequências de uma intervenção militar da Otan na Ucrânia. O presidente russo enfatizou as capacidades militares de seu país e deixou claro que não hesitaria em proteger seus interesses e territórios.
A ascensão de Putin ao poder ocorreu em um momento delicado para a Rússia, que se recuperava da turbulência dos anos 1990, marcados pela crise econômica e instabilidade política. Como ex-agente da KGB, Putin emergiu como uma figura promissora, prometendo liberdade, prosperidade e inserção global para a Rússia.
No entanto, ao longo de suas duas décadas no poder, Putin foi se afastando das ideias liberais e se tornando mais autoritário e anti-Ocidente. Os momentos de cooperação com os Estados Unidos, como após os ataques de 11 de Setembro, deram lugar a desavenças e tensões crescentes, especialmente relacionadas à expansão da Otan e às políticas, vistas como ameaçadoras, do Ocidente em relação à Rússia.
Internamente, Putin promoveu uma política repressiva, silenciando opositores e reprimindo manifestações de descontentamento. A anexação da Crimeia e o apoio a milícias separatistas na Ucrânia foram pontos de inflexão que levaram a uma crescente hostilidade entre a Rússia e o Ocidente.
Atualmente, o isolamento da Rússia em meio à invasão da Ucrânia evidencia a postura assertiva e imperialista de Putin, que busca afirmar a soberania russa a qualquer custo. Se antes o presidente russo defendia a integração europeia, agora ele se mostra disposto a confrontar os interesses e valores do mundo ocidental, consolidando uma postura anti-Ocidente que contrasta com o Putin dos anos 2000.