Vladimir Putin: 25 anos de mudanças – da possibilidade de adesão à Otan à atual postura anti-Ocidente e invasão à Ucrânia.

A Rússia, sob a liderança do presidente Vladimir Putin, tem desempenhado um papel crucial na geopolítica mundial nas últimas décadas. Uma figura controversa, Putin iniciou sua trajetória na presidência com uma visão de integração russa com o restante da Europa e do mundo civilizado, chegando, inclusive, a cogitar a possibilidade de ingresso na Otan.

No entanto, ao longo dos anos, a postura de Putin em relação ao Ocidente e à Otan sofreu mudanças significativas. Em seu discurso ao Parlamento em 2024, Putin demonstrou uma postura mais desafiadora, alertando para as possíveis consequências de uma intervenção militar da Otan na Ucrânia. O presidente russo enfatizou as capacidades militares de seu país e deixou claro que não hesitaria em proteger seus interesses e territórios.

A ascensão de Putin ao poder ocorreu em um momento delicado para a Rússia, que se recuperava da turbulência dos anos 1990, marcados pela crise econômica e instabilidade política. Como ex-agente da KGB, Putin emergiu como uma figura promissora, prometendo liberdade, prosperidade e inserção global para a Rússia.

No entanto, ao longo de suas duas décadas no poder, Putin foi se afastando das ideias liberais e se tornando mais autoritário e anti-Ocidente. Os momentos de cooperação com os Estados Unidos, como após os ataques de 11 de Setembro, deram lugar a desavenças e tensões crescentes, especialmente relacionadas à expansão da Otan e às políticas, vistas como ameaçadoras, do Ocidente em relação à Rússia.

Internamente, Putin promoveu uma política repressiva, silenciando opositores e reprimindo manifestações de descontentamento. A anexação da Crimeia e o apoio a milícias separatistas na Ucrânia foram pontos de inflexão que levaram a uma crescente hostilidade entre a Rússia e o Ocidente.

Atualmente, o isolamento da Rússia em meio à invasão da Ucrânia evidencia a postura assertiva e imperialista de Putin, que busca afirmar a soberania russa a qualquer custo. Se antes o presidente russo defendia a integração europeia, agora ele se mostra disposto a confrontar os interesses e valores do mundo ocidental, consolidando uma postura anti-Ocidente que contrasta com o Putin dos anos 2000.

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